sábado, 24 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CRIANÇAS NO ENSINO INFANTIL

1          Resumo

Este trabalho visa trazer à discussão o tema Educação Ambiental, discorrendo sobre alguns dos seus aspectos sobre implementação em escolas infantis.

 Será realçada a utilidade prática que tem a Educação Ambiental para formação da cidadania ambiental na busca da efetividade normativa social ou eficácia concreta das normas e princípios da sustentabilidade que inspiram toda a legislação e doutrina da defesa ambiental que compõem a Constituição Federal de 1988 e toda da legislação que visa a proteção ambiental.

Também, pretende-se demonstrar que a Educação Ambiental é fundamental, partindo-se do seu conceito, alcance, análise sistemática da legislação e no posicionamento articulado Constitucionalmente.

Os subsídios aqui delineados poderão embasar a fundamentação para a formulação de representações para procedimentos administrativos de escolas infantis,  a fim de que se implemente ou se faça implementar a Educação Ambiental na forma e com o alcance que determina a Constituição Federal de 1988, a Política Nacional da Educação Ambiental, a Lei 4.771 Código Florestal e demais leis, atos normativos, inclusive os termos internacionais afetos ao tema.

2          Introdução
O cerne da problemática ambiental reside na inadequação de um sistema sócio-econômico de consumo e produção insustentáveis, situação que perdura há 500 anos, norteando a política, o direito, a administração pública, a educação e os costumes, embasados em paradigmas da insustentabilidade.
O momento global denota sério desconforto socioambiental expresso  na  má qualidade de vida em todos os ambientes terrestres.
A Educação Ambiental pode suprimir muita dos vazios ideológicos desse tempo de extremismos políticos, desperdícios de recursos ambientais, exageros de produção e consumo.
A Educação Ambiental opera processos que oferecem vantagens práticas,  sensíveis, paupáveis e às vezes imediatas muito positivas àqueles que prezam os atos humanitários, o pensamento holístico,  a solidariedade, a saúde, o equilíbrio ambiental e a paz. Busca-se, assim, um concerto global para a implementação deste enfoque educacional, determinante da  transformação política para a criação de um novo mundo,  calçado na sustentabilidade, cujos atores serão cidadãos ativos, trabalhando para a obtenção de soluções concretas que visem a dignidade humana e o bem estar ambiental, através da ação solidária comunitária.
Fácil compreender-se que a cultura da insustentabilidade que determinou o modo de vida no Brasil só poderá ser redirecionada ao se promover à informação e a educação ambiental, instrumentos valiosos de transformação política e social que ajudam a coletividade a tomar a consciência das vantagens da atuação cidadã e solidária  em prol de um meio ambiente ecologicamente equilibrado e sadio a qualidade de vida, além de fazer compreender a própria responsabilidade na condução dos rumos sociais para as presentes e futuras gerações.
3          Justificativa
A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente do pré-escolar até a quarta série do ensino infantil e fundamental.
A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas.
Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.





4          Objetivos Gerais
Desenvolver uma compreensão integrada do Meio Ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;

4.1       Objetivos Específicos
Criar espaços de reflexão participada que ajudem na concepção de novas estratégias e metodologias em Educação Ambiental.
Sensibilizar a comunidade educativa para a adoção de estratégias promotoras de mudanças conceptuais que levem a uma melhoria dos espaços verdes em ambiente urbano.
Criar condições efetivas de recursos técnico-pedagógicos e humanos de apoio à concretização de projetos no âmbito da Educação Ambiental.
Contribuir para que se crie, na CAAFI, uma estrutura e uma cultura, que facilitem as trocas de experiências entre as diversas iniciativas na área ambiental.
Estimular e fortalecer uma consciência e posturas críticas pelas crianças sobre a problemática ambiental.
Incentivar à participação individual e coletiva das crianças, permanentes e responsáveis, na preservação do equilíbrio do Meio Ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
Desenvolver na CAAFI oficinas ambientais de reciclagem, palestras educativas, lúdicos ambientais onde as crianças devem adquirir conhecimentos acerca da problemática ambiental, considerando-se a sua relação com os múltiplos e complexos fatores existentes.

5          Público Alvo          

Alunos do CAAFI, do pré-escolar até a 4º série, sendo uma excelente ocasião de ampliar seus conhecimentos sobre o meio ambiente em todos os aspectos.

6          Período de Duração

A duração desse trabalho poderá se estender ao longo do período letivo, exceto nas férias escolares.

7          Metodologia
Reconhecimento do meio a ser estudado pelas crianças para seleção de caso crítico da problemática ambiental da região. Serão feitos levantamentos de campo e anotações;  contatos necessários com a comunidade e pessoas pertinentes aos assuntos deverão ser executado um planejamento e análise dos dados coletados.
A preocupação com o Meio Ambiente proporcionará o desenvolvimento de um trabalho com crianças de 7 a 12 anos, através da observação e o contato direto com a natureza despertar um sentimento de integração com o meio, estimulando a curiosidade, apreciação, a compreensão e por fim a aprendizagem.

7.1       Planejamento
·                     O que será enfocado no estudo?
·                     Como que a interferência do Homem no Meio Ambiente nos afeta?
·                     Quais as alterações ocorridas e que poderão ocorrer?
·                     Qual a questão fundamental do caso?


7.2      Estratégias
Existem duas etapas nesse projeto, sendo elas:

        Etapa – Trabalhos em Grupo
Nessa etapa as crianças serão divididas em grupos.

SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
Execução:     1 equipe de cada vez com três elementos a jogar e 2 adversários
Duração:       2 minutos
Pontuação:   Valores decrescentes em função do número de equipes (da 1.ª para a última – 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1)
Lema:                        "Separar é ganhar"

Descrição do jogo
Ao apito do instrutor o 1.º elemento vai buscar o 1.º de 3 sacos e despeja os resíduos sobre o tapete rolante, onde se encontram os outros dois elementos da equipe.  A função destes é separar os resíduos para cada tipo de saco: vidro, papel, metal, plástico e resíduos orgânicos.

Os resíduos que caírem no fundo do tapete são penalizados.

Todos os elementos estarão equipados com luvas e os dois que estão juntos ao tapete terão máscaras.

O tapete rolante é acionado por dois elementos da equipe adversária. O jogo termina quando os resíduos dos três sacos estiverem separados.

 Jogo II – REDUÇÃO
Execução:     2 equipes – 1 elemento de cada
Duração:       2 minutos
Pontuação:   Valores decrescentes em função do n.º de equipes (da 1.ª para a última – 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1)
Lema:             “Quem menos «lixo» produzir para o bom ambiente estará a contribuir"

Descrição do jogo
No chão estarão duas filas de arcos alinhados. Ao sinal do apito, um elemento de cada equipe parte de uma extremidade do campo, saltando os arcos a pés juntos. O que chegar em 1º à meta responderá a uma pergunta.
No caso de falhar, o 2º terá direito a responder a essa questão. Em seguida o que tiver chegado em 2º lugar responderá a nova pergunta. Se não acertar o adversário terá direito a responder.
Cada resposta certa será pontuada com cinco pontos.

 Jogo III – REUTILIZAÇÃO
Execução:     1 equipe de cada vez – 1 elemento
Duração:       1 minuto
            Pontuação: Valores decrescentes em função do n.º de equipes (da 1.ª para a última – 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1)
            Lema: "Coisas velhas não são de desprezar, podemos reutilizar"
Descrição do jogo
Um elemento da equipe tenta acertar no maior número de latas vazias, com bolas, feitas de meias velhas.

2ª Etapa – Trabalhos Individuais
            As crianças acompanhadas por professores e monitores, seguindo roteiros especialmente desenvolvidos para propiciar a vivência de situações que lhe permitam experimentar na prática, as noções teóricas apresentadas em classe. As atividades programadas, além de instrutivas, devem facilitar a socialização, o companheirismo, o respeito pelas manifestações de cultura regional e serem entremeadas de momentos de recreação e descontração.

"Aulas na Natureza", é um espaço preparado para poder ser utilizado em atividades pedagógicas ou em atividades de investigação pelas escolas, assim como por outros agentes nomeadamente comunidade científica e grupos de jovens.

7.3      Proposta de Linhas de Intervenção
·                     Criação de estruturas e materiais de informação: exposições, folhetos, vídeos.
·                     Percursos Interpretativos: área da Reserva, área de recreio, área do centro de interpretação, área envolvente.
·                     Divulgação do projeto nas escolas, autarquias, associações.
·                     Reunião com professores
·                     Animações: aulas na natureza temáticas: dunas, bosque, paisagem.
·                     Oficinas de Ambiente para as crianças.
·                     Apoio a projetos de investigação e de estágios
·                     Criação de materiais de apoio a projetos pedagógicos
·                     Criação e reestruturação de espaços para recreios ambientais.
·                     Ações de intervenção: conservação da natureza
·                     Parcerias entre instituições públicas e privadas
·                     Celebração de Eventos
·                     Apoio técnico-pedagógico adequado a atividades a desenvolver em áreas naturais.

            Com este projeto pretende-se que as "aulas na natureza" sejam espaços privilegiados para atividades interescolares.
            Pretende-se criar condições para dar respostas às necessidades das crianças no âmbito da programação e acompanhamento das visitas organizadas potencializando as áreas naturais da região.

7.4      Avaliação
Este projeto terá como base uma avaliação contínua a articular entre os agentes envolvidos. Serão tidos em conta três momentos de avaliação: inicial (diagnóstico) em Agosto, intermédia em Outubro e final em Novembro.
Desta forma ter-se-á em atenção, através de observação e registros e de acordo com os instrumentos de avaliação que anexamos:
·                     Análise crítica e construtiva de situações vividas e / ou observadas.
·                     Participação ativa nas atividades promovidas.
·                     Envolvimento na programação e participação das atividades previstas.
·                     Quantidade e qualidade de intervenção da comunidade educativa e científica.
·                     Utilização quantitativa e qualitativa dos materiais técnico-pedagógicos e audiovisuais.
·                     Envolvimento dos professores e respectiva adequação das propostas às expectativas.
·                     Envolvimento das parcerias e resultados atingidos.

Atividades em Campo

1          Sentir a Cidade (Agosto, Outubro e Novembro)
·                     Sentir o verde do Parque Nacional do Iguaçu  – Agosto 2005
·                     Sentir as árvores do Parque Nacional do Iguaçu  – Outubro 2005
·                     Visita de Campo a Canal da Piracema (Itaipu) – Novembro 2005

As atividades decorrerão no período letivo, entre as 07h30 e as 17h30, junto à sede do CAAFI e na Itapu Binacional.
Serão desenvolvidas atividades na Escola Parque do PNI, com suporte de instrumentos de observação simples, para grupos de crianças dos sete aos 12 anos, guiadas por instrutores e professores.
MANHÃ
07h30
Início das atividades nas salas de aula – explicação da aula
09h00
Saída para início das atividades em campo - grupos
10h00
Lanche
10h30
Retorno para as atividades
12h00
Encerramento das atividades
TARDE
13h30
Início das atividades nas salas de aula – explicação da aula
15h00
Saída para início das atividades em campo - grupos
16h00
Lanche
16h30
Retorno para as atividades
18h00
Encerramento das atividades

8 – Custo
O custo para manutenção do projeto pode ser do CAAFI, conforme segue a descriminação diária dos eventos:
·                     Sala para treinamento, com ventilação natural e artificial, iluminação adequada e com acomodações para 30 crianças (cadeiras tipo universitária).
·                     Quadro (lousa), giz, apagador.
·                     Mesa de 2/3m.
·                     Televisão e Vídeo
·                     Computador com impressora.
·                     Papelaria em geral (canetas, lápis de colorir, papel)
·                     Bebedouro.
·                     Banheiros.
·                     Alimentação para as crianças (lanches, bolachas, sucos)

8.1. Mão de Obra
·                     Instrutor Qualificado.
·                     Professores do CAAFI
·                     Faxineiros.

9 – Cronograma
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

A

ATIVIDADES
JAN

FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
OFICINAS







X

X
X

PALESTRAS







X

X
X

ATIVIDADES EM CAMPO







X

X
X


10 – Resultados
            Por meio da Educação Ambiental e de suas estratégias, ações ou oficinas concernentes, as crianças podem conhecer e entender melhor o significado do mundo em que vivem e compreender as necessidades e prioridades reais para a melhoria da qualidade e para a perpetuação da vida.  A Educação Ambiental é ação transformadora e política, que forma o cidadão e instrue as comunidades para a cidadania ativa visando a sustentabilidade, a justiça social e o bem comum.
            Surgirá nesse contexto, a evidência de que este é o sistema de poder que sustenta a direção política e econômica e o sustentará,  até que a sociedade civil dotada de verdadeira inserção social, educada, consciente e participativa, tenha condições de conduzir e adaptar a nova  ordem social para a ordem pública voltada a compreensão sistêmica de todos os temas sociais que têm relação direta com o meio ambiental, qualidade de vida e a saúde.
A sociedade civil educada com enfoque ambiental terá visão ecossistêmica da ordem pública jurídica e social e poderá assumir um papel mais participativo no controle da comunidade e do Estado, já que estará mais bem qualificada para conseguir provocar a ação sociambiental mais efetiva da Administração Pública, a fim de se fazer implementar as Políticas Públicas de Educação Ambiental, dentre tantas outras, pois a berço da fome, da miséria, do desrespeito a criança e a crise da segurança também deverão ser tratadas com enfoque sistêmico.
11    Conclusão
A Educação Ambiental é um processo de conhecimento contínuo e permanente para construção de valores e discussão de paradigmas voltada a transformação sócio-política através de ações sociambientais interdisciplinares.
As autoridades públicas devem, na forma da lei, fazer implementar a Educação Ambiental nas Escolas e buscar a efetividade integral da Política Nacional da Educação Ambiental, respeitando o princípio da continuidade dos serviços públicos e buscando a capacitação de professores para a aplicação transversal, em todos os níveis da Educação Ambiental.
            A Educação Ambiental é o meio mais adequado para a construção da sociedade sustentável, construindo novos valores que ensejarão a transformação política necessária da ordem social.
12  -  Bibliografia (PRECISAMOS REVISAR A ADAPTAR A BIBLIOGRAFIA
Dias, GF. Educação Ambiental, Princípios e Práticas. 4ª ed. São Paulo: Gaia; 1992.
Philippi Jr A e Pelicioni MCF. Educação Ambiental, Desenvolvimento de cursos e projetos. 2ª ed. São Paulo: Signus; 2000.
Aguiar RAR de.  Direito do meio ambiente e participação popular. Brasília: IBAMA;
Costa JKO, Cavalcante SR., Imad M, Barbero GF de O. Política Nacional de Educação Ambiental: Aspectos Sócio-Jurídicos para sua Implementação. São Paulo, 2001
Custódio, HB. Direito à Educação Ambiental e à Conscientização Pública. Rev de Direito Ambiental 2000; 18: 38-56.
[MEC] Ministério da Educação e do Desporto. Coordenação de Educação Ambiental. A implantação da Educação Ambiental no Brasil. Brasília; 1998.

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